Brasília – O desenvolvimento sustentável do país deve ter como alicerce a educação de qualidade para todos, defendeu terça-feira, 23 de novembro, o diretor superintendente do Serviço Social da Indústria (SESI), Antonio Carlos Brito Maciel, durante a cerimônia de entrega do Prêmio SESI Qualidade da Educação (PSQE) a dez escolas, entre 75 finalistas.
“O SESI reconhece que uma educação de qualidade é um processo que envolve alunos, professores, pais e toda a sociedade. Por isso, colabora premiando as melhores práticas inovadoras de educação na promoção da escola de qualidade”, disse Maciel.
Entre as 75 escolas finalistas, dez foram premiadas na noite de terça-feira nas categorias escolas públicas, privadas e da Rede SESI. Para chegar às vencedoras, foram avaliados o ambiente escolar, os resultados da aprendizagem, a gestão escolar e a prática pedagógica, com consultas aos pais, alunos, funcionários e professores. Os primeiros lugares, em cada categoria, receberam R$ 20 mil.. “Essa reflexão da comunidade escolar permitirá a implementação de novas estratégias educativas para melhorar a educação básica do país”, destacou Maciel.
A vencedora do PSQE na categoria escola pública foi a Escola Estadual de Educação Básica Neuza Mari Pacheco, do município de Canela, no Rio Grande do Sul. “Uma avaliação externa como essa é urgente e importante porque faz bem à escola, oxigena a direção, os professores, os alunos, os pais e toda a comunidade”, disse, emocionada, a diretora da escola, Vera Silveira Morais, ao receber a homenagem.
ECOLOGIA E AGRICULTURA - Entre os motivos que levaram os jurados a escolher a escola como vencedora foi o projeto pedagógico que envolve 12 disciplinas na escola, no Centro Ecológico e no Centro Agrícola, mantidos com a ajuda dos pais dos alunos.
“São duas áreas externas a seis quilômetros da escola, na zona rural, em que levamos os alunos da cidade para o campo nas aulas de ecologia e agricultura”, informou Vera.
No Centro Agrícola, além de aulas, são cultivados feijão, batata, mandioca. Há criação de galinha, produção de suco de uva, doces de figo e pêssego e toda a alimentação para os 1.120 alunos que a escola atende em tempo integral, com almoço e lanches. “Também comercializamos alguns produtos e revertemos o dinheiro da venda para a escola”, informou Vera Silveira Morais.
No Centro Ecológico, os alunos aprendem a se relacionar com a natureza. “É um local para produzir conhecimento com a conservação dos mananciais de água, relação do homem com meio ambiente, separação do lixo, preservação e reflorestamento”, conta a diretora da escola, que tem 67 professores e 25 funcionários.
Segundo Vera Silveira Morais, no início do projeto pedagógico, há 18 anos, a evasão escolar era de 45% e a repetência de 32%. Hoje, é de 0,12% a evasão e 3% a repetência. “Em 18 anos, equalizamos idade-série e 45% dos pais são ex-alunos, dos quais 90% são microempresários ou alunos que concluíram o ensino superior”, destaca. Com os RS 20 mil do prêmio a escola vai melhorar o laboratório de informática, com mais memória para os 45 computadores que necessitam de melhoria.
PARTICIPAÇÃO - Com um projeto diferenciado, de participação cooperativa, o Colégio Regina Mundi, de Dois Vizinhos, no Paraná, também ganhou destaque na noite de terça-feira, com o primeiro lugar na categoria escola privada.
“Não temos um dono que vai injetar capital e nem um governo que nos mantém. Cada conquista é coletiva, é da comunidade escolar interessada em garantir a qualidade da educação dos filhos”, afirmou a coordenadora pedagógica de Educação Infantil, Analise Peroni, ao receber o prêmio.
Além de manter uma proposta pedagógica participativa com 300 famílias cooperadas, o Colégio Regina Mundi desenvolve o projeto social Formar para Servir, incentivando o surgimento de lideranças jovens que atuarão nos bairros da cidade.
“Apostamos também na formação continuada dos professores para antecipar as necessidades de um ensino de qualidade”, complementa Analise Peroni. A escola atende 435 alunos e com os R$ 20 mil pretende modernizar a biblioteca, com computadores de úkltima geração.
A vencedora na categoria Rede SESI é de Itu, São Paulo. O Centro Educacional SESI Nº 31 está inserido no Centro de Atividades do Trabalhador (CAT) e conta com a participação dos pais, funcionários e alunos para administrar a unidade, que dispõe de um clube com piscinas, campo de futebol e pista de atletismo, além de serviço de saúde, como dentista. “As atividades de esporte, lazer, cultura, saúde são oferecidas aos alunos de forma integrada”, informou o diretor do CAT, Silvio Rinaldi.
Com atendimento de mil alunos, o dinheiro do prêmio será investido conforme a escolha dos pais, alunos, professores e funcionários. “Será uma decisão democrática”, acentuou o diretor do CAT. “Esse foi o maior reconhecimento da minha carreira”, disse, também emocionada, a diretora da unidade do SESI, professora Célia Regina Pires de Camargo Rocha,ao subir no palco para receber o prêmio.
Joysinett Morais da Silva, professora da Universidade Federal Fluminense, foi uma das juradas do PSQE. Enfatizou que os projetos vencedores foram os que apresentaram propostas pedagógicas que de fato foram concretizadas. “Analisamos o planejamento da escola com a participação da comunidade escolar e os resultados que trouxeram benéficos para os estudantes”, relatou.
LISTA DAS 10 VENCEDORAS
REDE PÚBLICA
1º lugar Escola Estadual de Educação Básica- Ciep Neuza Mari Pacheco – Canela – RS R$ 20 mil
2º lugar Escola Municipal do Parque São Cristovão Prof. João Fernandes Cunha – Salvador – BA R$ 15 mil
3º lugar Escola Ensino Fundamental e Médio Presidente Geisel - Juazeiro do Norte – CE R$ 10 mil
4º lugar Escola Municipal Professora Antonina Fillus Panka – Irati – PR R$ 5 mil
5º lugar Escola Municipal Professora Ceçota Diniz - Santa Luzia – MG R$ 5 mil
REDE PRIVADA
1º lugar Colégio Regina Mundi - Dois Vizinhos – PR R$ 20 mil
2º lugar Colégio Seama – Macapá – AM R$ 15 mil
3º lugar Escola do Cisne – Juazeiro – BA R$ 10 mil
ESCOLAS REDE SESI
1º lugar Centro Educacional Sesi N. 031 – Itu - SP R$ 20 mil
2º lugar Cat Professor João Franzen de Lima - Ouro Branco – MG R$ 15 mil
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